O que é a Escarlatina?
A escarlatina é uma doença comum em crianças, sendo mais frequente acima dos 6 anos de idade e rara abaixo dos 3. É causada pela bactéria Streptococcus pyogenes (Streptococcus do grupo A) e, geralmente, causa infeção da garganta (amigdalite ou faringite) e manchas na pele.
Como se transmite?
A bactéria transmite-se diretamente de pessoa para pessoa, através da saliva ou secreções do nariz de uma pessoa infetada. Pessoas que têm a bactéria, mas que não apresentam sintomas também a podem transmitir. O período de incubação é de 3 a 5 dias e a infeção é mais frequente no inverno e primavera.
Como sei que o meu filho/a tem escarlatina?
Os principais sintomas são febre alta e dor de garganta de início súbito. Também é comum a língua ficar mais vermelha e com aspeto inflamado (aspeto “em framboesa ou morango”). Nas primeiras 48h surgem manchas na pele, tipicamente vermelhas e ásperas ao toque, mais exuberantes no tronco e nas pregas (axilas e região das virilhas), e que poupam a região à volta dos lábios. As manchas podem durar entre 3 e 7 dias e pode surgir depois descamação da pele, sobretudo nas extremidades. Sintomas menos comuns incluem dor de cabeça, dor de barriga e falta de apetite.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito com base nos sintomas da criança, descritos acima. A realização de uma zaragatoa na garganta para pesquisa da bactéria é reservada para situações de dúvida.
Como se trata a escarlatina?
O tratamento da escarlatina faz-se com recurso a antibiótico, que pode ser administrado por via oral (durante 10 dias) ou injeção intramuscular (dose única). Enquanto persistir febre ou dor, pode ser necessário manter paracetamol ou ibuprofeno de acordo com a necessidade. Se a criança tiver dificuldade em alimentar-se, uma dieta à base de alimentos líquidos ou de consistência mole e fria pode ser mais fácil de tolerar.
O meu filho pode frequentar o infantário/escola?
Não. O afastamento é obrigatório nas primeiras 24 horas após início do tratamento com antibiótico.
Posso prevenir a escarlatina?
Sim, é possível reduzir a transmissão da escarlatina através de:
Quais são as complicações?
As complicações são raras, mas se a doença não for tratada corretamente pode ocorrer febre reumática, problemas renais (glomerulonefrite pós-estreptocócica) ou complicações locais como abcessos da faringe e amígdalas. Daí a importância do cumprimento rigoroso do tratamento.
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Referências bibliográficas:
Elaborado por:
Diana Valbom Gonçalves, Interna de Formação Específica de Pediatria, ULS Região de Aveiro
Orientado por:
Laura Correia, Pediatra, ULS Região de Aveiro
Texto elaborado por solicitação para o Portal C&F, SPP agosto de 2024©